Educação online


Sábado que passou foi dia perfeito pra ficar de preguiça. Estava chovendo cântaros... pensei: e quem é que vai pra esse tal de Artesanato Educacional? E o que é que estou querendo indo a um evento sobre educação EaD? Vou ficar em casa e adiantar o texto da apresentação do ABCiber, que aliás é seria para amanhã, quarta feira... Pedi mesmo... o professor deixou pra quinta feira. ...não terminei ainda. 
Bom, fui ao evento,
por pura consciência pesada, afinal, tinha feito o compromisso. Deveria ter fugido dos cultos na igreja... aquilo de ir pra o inferno fica mesmo viu... um e-mail no dia anterior ao evento lembrando que você, que não pagou um centavo pelo evento e vai comer de graça o dia todo, tem um compromisso com eles e, que me espera no dia seguinte também funciona. Devem ter feito isso já com medo de não aparecer ninguém naquela chuva. 

Já percebi que estou dando voltas aqui no blog, fugindo do texto... parte difícil, essa de escrever algo consistente sobre literatura eletrônica. Todos os artigos que lí até agora, todas as citações, em português ou inglês, com as quais tenho me deparado, são superficiais e não se atrevem a criticar a tese de Hayles, que está muito bem fundamentada, aliás, no capítulo 3. Numa autoanalise bem feita, poderia dizer que carrego comigo a doença da linguagem de que Geoge Steiner tanto fala. Um mal contemporâneo de ler citações, orelhas e resenhas dos livros. Que horror... é verdade, eu sempre faço isso quando estou com medo das letrinhas. Elas podem ser assustadoras, todas assim umas atrás das outras, formando palavras difíceis de se pronunciar. 
Bem, uma coisa é certa, já passei duas noites lendo e relendo o capítulo 3 e 4, só ontem fui até as 4 da matina... descobri que meu dicionário inglês/inglês não tem definição para midiascape - já está bem ultrapassado mesmo meu Franklin falante, que carrega em sí o mais últrapaçado ainda, Merriam-Webster's Collegiate Dictionary - oh, quem poderá me socorrer? Escrevi o nome todo logo, pra não esquecer do meu velhinho, que tem a versão em papel embaixo dos meus pés. Uma beleza pra descansar meus pés. Quem sabe nessa posição ele não entra em mim, pelas solas dos pés, me contaminando por completo, com palavras e suas definições feitas de palavras.
Bem, agora, que já não estou fazendo voltas, é só sentar e escrever algo que mereça ser lido sobre o livro de Hayles. 
...mas voltando ao evento do professor Mattar, uma pessoa com nome de pronúncia divergente, heim?!
O auditório não estava cheio mas não fez vergonha, mesmo com toda aquela chuva. Ele estava falando quando entrei. Meio atrapalhado, talvez com alguma coisa perturbando a caixa preta, mas algo nele é muito agradável, e  logo de cara, me senti bem por ter levantado cedo e pegado chuva. 
Marco Silva abriu as palestras do dia. Ví logo que o conhecia do ABCiber de 2009. Pensei, ah meu Deus, estou mesmo entrando pra esse mundo acadêmico, já reconhecendo pessoas frequentadoras de congressos. O que diria Steiner sobre o assunto? No entanto, nem tudo está perdido, porque o professor lá do Rio soube apresentar seu trabalho viu. De fala pausada, sempre evocando seus mestres do passado, mostrando que é um professor que faz seu trabalho de casa, agradou meus ouvidos a ponto de não me levantar e sair, como havia planejado fazer, assim que começassem com a primeira fala comercial. Marco Silva me segurou lá, assim como Cristiana Assumpção.
 Reconheço uma boa professora quando vejo uma. Ela falou não só com conhecimento de causa e paixão, como falou Susane Garrido, a professora Cristiana falou com serenidade, a do mesmo tipo que acompanhava o professor Marco Silva. Uma delícia, as três primeiras palestras. As três, porque as' perspectivas para Cursos Livres & Educação Corporativa Online' não me encantou. 
À tarde, o professor Romero Tori apresentou um trabalho interessante sobre Realidade Virtual & Aumentada e Gesture Computing, que teria sido mais proveitosa num congresso de sua área, ou com a presença de outras pessoas que falam a mesma língua. Uma fala meio perdida, ao menos pra mim, e olha que estou faminta por informações sobre grupos utilizando a tecnologia para ensinar literatura.

Gostei do exercício, mas chega de fugir do meu texto, no próximo post penso nas outras palestras, e sobre a jornada de estudos peircianos que aconteceu hoje, na PUC-Caio Prado. 

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